A Ordem religioso-militar de defesa dos Cristãos que retomaram a peregrinação a Jerusalém

No decurso do “Concílio de Clermont” realizado em novembro de 1095, tornou- se amiúde evidente a necessidade de proteger os cristãos que retomaram a peregrinação a Jerusalém após a sua conquista. Com efeito, era urgente proceder à defesa dos cristãos em especial na região de Jafa e Cesareia, onde eram frequentemente vítimas de ladrões e ainda, uma vez na Terra Santa, dos muçulmanos.
Durante o discurso de oficialização da cruzada, Urbano II, exorta os cristãos a organizarem-se para a defesa dos “irmãos” do Oriente enfatizando a importância de Jerusalém e da defesa dos locais sagrados como o Santo Sepulcro e apelando, assim, para o coração de toda a cristandade. Para conceder mais robustez a este apelo, garantiria a absolvição e remissão de todos os pecados para aqueles que perecessem no campo de batalha – Deus seria o seu Guia. Este apelo foi tão convincente, eloquente e tocante que extasiados e arrebatados que todos a quem se dirigia, em pleno concílio, desataram e romperam ostensiva e afoitamente a gritar ”Deus Vult” – “Deus o quer”.
O apelo de Urbano II continuou durante 1095 e 1096, pregando a cruzada pela França e incentivando os seus bispados a fazerem o mesmo em França, Germânia, e Itália.
Nesta sequência e inevitavelmente começou a assistir-se ao arrebanhamento de alguma população constituindo-se em humildes movimentos rumando a Jerusalém, entre os quais deve-se destacar a “Cruzada dos Mendigos”, liderada por Pedro, o Eremita, em 1096. Pedro de Amiens foi um arrependido da vida que levou como veterano e experiente cavaleiro em diversas batalhas tendo decidido viver como eremita. Nesta cruzada dos Mendigos a estrela da ventura não esteve do seu lado tendo sido dizimados numa emboscada Turca onde predominavam muçulmanos seljúcidas (originários duma tribo turca das estepes)
na Batalha de Cibotos (região no noroeste da Ásia Menor e atual Turquia) em outubro de 1096. Pedro de Amiens foi um dos poucos sobreviventes.
Os desígnios do Papa Urbano II, em abono da verdade, não eram tão elementares, triviais e transparentes. De facto, o intento Papal alicerçava-se em mais dois grandes pilares:
– Por um lado, orientar o fervor violento das Nobrezas na disputa de regiões e territórios divergindo-o para fora de solo europeu.
– E por outro lado, proceder á reunificação das igrejas ocidental e oriental, as quais, na sequência do “Grande Cisma” de 1054, com o rompimento de relações entre Igreja Católica de Roma, e a Igreja Ortodoxa de Constantinopla, ficando estas de costas voltadas, esperando assim a sua reunificação sob a grande autoridade da igreja romana.
– Podemos ainda, enumerar mais um pretexto que deriva, em parte, dos anteriores. Ao ser bem-sucedido o Papa engrandece a igreja com as riquezas do Oriente e simultaneamente reafirma a sua autoridade, predomínio e prestígio junto dos fiéis.
A PRIMEIRA CRUZADA
Por meados do ano de 1096 assistimos ao arregimentar de aproximadamente 35 mil pessoas numa fase inicial. Estima-se que no total se terão congregado perto de 60.000 cruzados implicados nas primeiras vagas, entre as quais uma boa e determinante parte vinham da nobreza, facto que levou a que muitos a conheçam também por “Cruzada dos Nobres”.
Muitos mosteiros e igrejas foram fundamentais constituindo-se em verdadeiros “centros de recrutamento”, entre os quais se destacam as Igrejas de Limoges, Angers e Tours. Aqui prestava-se juramento ascendendo a cruzado e vestia-se uma cruz sobre os ombros assumindo as obrigações inerentes.
Esta grande guarnição de homens (entre os quais se estima que um décimo seriam cavaleiros) tementes a Deus e defensores fiéis e acérrimos da sua crença, liderados por Godofredo de Bouillon (destacado nobre e militar – duque da Baixa Lorena, e primeiro soberano do Reino Latino de Jerusalém), zarparam da Europa, crê-se que no final do Verão deste ano de 1096, evoluindo e tendo chegado a Constantinopla entre o final do ano e Abril de 1097 onde se reuniram e engrossaram as suas fileiras com as tropas bizantinas que os aguardavam pelo final do ano de 1097.
Afigurava-se como fundamental enfrentar os Turcos em Niceia (atual İznik), cercando-a (14-Maio a 19-Junho-1097) e conquistando-a ao sultanado de Rum. Devemos referir ainda como fator coadjuvante o jogo diplomático prévio com o Imperador Aleixo I Comneno – o qual já tinha rogado ajuda na luta contra o avanço dos turcos – para o ataque conjunto face ao bem defendido e protegido território o qual incluía 240 torres dispersas por seis quilómetros de muralhas e pelo lago Ascânio a sudoeste o qual inviabilizava o ataque por esse flanco. A tomada desta região da Ásia Menor era fulcral no acesso a Constantinopla para a conquista de Jerusalém.
Foram vários os domínios, neste esforço de Primeira Cruzada ou “Peregrinação Armada” como Malcolm Barber (medievalista britânico) a apelidou, que foram sendo tomados como Antioquia, Dorylaion e diversas cidades portuárias da Síria.
Por fim, chegado o dia 7 de junho de 1099 abeirou-se de Jerusalém um contingente de 1.300 cavaleiros e aproximadamente 12.500 soldados de infantaria para cumprir o primeiro grande objetivo da Cruzada.
Porém, Jerusalém afigurava-se bem protegida por robustas muralhas, fossos e precipícios. Ditosamente assistiram ao aportar de navios genoveses carregados de bons troncos de madeira os quais serviram para fazer torres de cerco, arietes e catapultas. Contudo os muçulmanos continuaram a resistir, face ao que, por meados de julho ao descortinar um ponto fraco na muralha, Godofredo de Bouillon na calada da noite ultrapassa as defesas e entra na cidade tomando Jerusalém. Segundo, contidas fontes muçulmanas entre judeus e muçulmanos terão “encontrado o criador” pelo aguçado fio das espadas dos cruzados mais de 3.000 residentes.
A FUNDAÇÃO
É no rescaldo da Primeira Cruzada que é fundada entre 1118 e 1119 a Ordem do templo ou como inicial e oficialmente era apelidada Frates militiae Templi ou Pauperes commilitones Christi Templique Salomonis, Irmãos Guerreiros do Templo e Pobres Cavaleiros de Cristo do Templo de Salomão.
Teve como primeira sede, a Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, o Monte do Templo. Também apelidado como Templo de Salomão, foi construído em cima das ruínas do Templo original, sendo a partir daí que os cavaleiros receberam o nome de Templários.
Além das evidências já percebidas, outras pós Primeira Grande Cruzada se afirmavam depois dos territórios conquistados, como a sua manutenção e defesa deste “novo” Oriente Latino.
A Ordem do Templo veio suprir todas estas necessidades, com a conveniência de não dever obediência a nenhum senhor em particular o que lhe conferia a facilidade de progredirem nos territórios sem entraves.
O círculo inicial que daria origem à Ordem do Templo, segundo Guilherme de Tiro (Arcebispo e cronista medieval das cruzadas), terá sido formado por nove cavaleiros. Estes já estariam juntos em 1114, altura em que se juntaram aos cônegos do Santo Sepulcro não se podendo falar, ainda, duma “Ordem” mas mais duma irmandade.
É pertinente e importante atendermos ao escrito mais notável relativo à origem da Ordem do Templo, de autoria de Guilherme, arcebispo de Tiro (1130-1186).
“Certos homens nobres de origem cavaleiresca, devotados a Deus, religiosos e tementes ao Senhor, colocando-se nas mãos do senhor patriarca [de Jerusalém] para o serviço a Cristo, professaram seu desejo de viver perpetuamente seguindo os costumes das regras canônicas na castidade, na obediência e sem posses próprias. Os primeiros e mais distintos deles foram dois homens veneráveis, Hugue de Payens e Godofredo de Saint-Omer. (…) Sua profissão original, ordenada pelo senhor patriarca e pelos demais bispos para a remissão de seus pecados, era a de que, tanto quanto suas forças permitissem, deveriam proteger as estradas e rotas, especialmente para a segurança dos peregrinos contra as emboscadas dos ladrões e saqueadores.”
É a partir da rutura benigna com os cônegos do Santo Sepulcro que podemos falar de uma verdadeira “Ordem do Templo” e usar o termo “Cavaleiros Templários” com identidade religiosa e militar, recebendo o apoio de Bernardo de Claraval (importante teólogo), o consentimento do rei e o apoio da Santa Sé, pelo papa Inocêncio II (papa de Fev-1130 a Set-1143).
É importante fixarmos que a base teórica que fundamentou o “Templo” teologicamente assenta e deriva da noção de “guerra santa”. O Templário é um cavaleiro que incorpora uma militia divina.
De destacar a importância de Bernardo de Claraval (1090 – 20-Agosto-1153) , fundador da Abadia do Claraval sendo elevadamente reconhecido pela igreja canonizando-o em 1174 e proclamando-o como Doutor da Igreja. Com a sua grande dimensão humana, ímpar carisma e inquestionável prestígio ele foi o grande reformador da Ordem de Cister e crucial inspirador da Regra templária.
RECONHECIMENTO PAPAL – BULA PAPAL “Omne datum optimum – toda boa dádiva
A pouco mais de dois anos do final do papado de Honório II, no final de 1127, Hugo de Payens acompanhado de mais cinco cavaleiros foi a Roma solicitar o reconhecimento oficial da Ordem, o qual foi atribuído por Bula Papal Omne Datum Optimum em 29 de março de 1139 pelo papa Inocêncio II, obtendo desta forma vários privilégios e isenções, entre os quais se destaca o direito de interlocução direta com o papa e reporte direto ao mesmo, não devendo, os Templários obediência a nenhum poder eclesiástico ou secular.
Mais tarde, já no ínicio do sec XIII, a ordem veio mesmo a ser isenta de pagar o dízimo para as despesas da Terra Santa.
Estes benefícios papais, contribuições, isenções e necessidades de financiamento do esforço bélico e de estrutura levou inclusive ao estabelecimento duma atividade financeira por parte dos Templários, com a criação dum embrionário sistema bancário, onde se destaca o que podemos apelidar como primeiro banco do mundo – Temple Church (localizado perto do Tamisa e consagrado em 10 de fevereiro de 1185), onde inclusivamente, antes de partirem em peregrinação os cristãos podiam depositar as suas economias recebendo em troca um titulo de crédito para poderem fazer a quitação das mesmas no regresso de Jerusalém.
A DIVISA TEMPLÁRIA
Inspirada nos Salmos “Non nobis Domine, non nobis, sed nomini tuo ad gloriam”
Não a nós, Senhor, não a nós, mas pela Glória de teu nome”, a regra monástica foi estabelecida por São Bernardo de Claraval durante o Concílio de Troyes a 13 de janeiro de 1129, o qual teve como mote o reconhecimento oficial da Ordem do Templo. De ressalvar que segundo Rudolf Hiestand (especialista na pesquisa das Cruzadas , e história papal), decorreria ainda o ano 1128 dado no nordeste de França fazer-se uso do calendário florentino, o qual se iniciava a 25 de março.
A regra está arquitetada em 72 capítulos, os quais se distribuem em sete secções.
I. A regra primitiva – regra básica, em que além de ser cristão o postulante jura castidade, devoção, pobreza e obediência ao mestre do templo.
II. Os estatutos hierárquicos – a regra original de 1128 compreendia 4 estágios. Os cavaleiros de origem nobre, os sargentos que auxiliavam os cavaleiros, os padres que tratavam do religioso e os servos ou ajudantes os quais desempenhavam funções menos nobres.
III. Penitências – era uma vida de aperto, limite e dificuldades
IV. Vida Monástica – Desde logo pela inspiração cisterciense de S. Bernardo, monge destacado da Cristandade do ocidente no século XII.
V. Capítulos comuns – conduzidos pelo Mestre e pelos irmãos mais experientes onde se tomam decisões de maior importância para a ordem.
VI. Maiores detalhes e penitências – regras relativas a refeições e dar graças em silêncio, regulação de abstinência, regulação de penitências, regulação do dia-a-dia, restrições sociais entre muitas outras.
VII. Receção na Ordem – compreendendo um conjunto de regras e ordenamento cerimonial de receção do “noviço” candidato a futuro templário em reunião de capítulo.
A ordem sendo comandada pelo Grão-mestre congregava-se em priorados os quais correspondiam a regiões geograficamente estabelecidas.
SIMBOLOGIA PRÓPRIA
O Selo, representando dois irmãos de armas no mesmo cavalo remetendo para a humildade dos irmãos e da sua solidariedade, virtudes fundamentais e apregoadas desde o início pela Regra e com a inscrição “ SIGILLVM MILITVM XPISTI” – “selo dos soldados de Cristo”.
A Cruz do Templo simboliza e personifica a bravura templária, a fé inabalável dos seus irmãos e o triunfo do cristianismo sobre os seus inimigos. Constitui-se como uma cruz pátea (do francês croix pattée – cruz patada), tendo, portanto, as pontas mais alargadas, de cor vermelha usada pelos templários, como proteção, sobre o manto branco.
A Espada. O Templário cumpria a sua nobre missão com uma espada de forma simples sem grandes adornos em conformidade com a Regra. A lâmina, seus gumes, guarda e alça foram seguindo as influências e desenvolvimentos bélicos da época medieval.
OS FUNDADORES – quem foram?
Embora a opinião de historiadores que se ocuparam com a formação da ordem não ser propriamente unânime, decorrendo várias predileções duma “verdade” impossível de saber “de facto” e que varia entre 9 cavaleiros, 11 e até 30, podemos adotar como princípio norteador do nosso pensamento que terão sido inicialmente nove os fundadores.
A advogar e abonar este número e apelando para o nosso imaginário quimérico o número “9” conota-se á sabedoria, á sageza ao recomeço e espiritualmente o “9” está intimamente ligado á fraternidade e altruísmo.
A informação relativa aos preclaros homens, enormes criaturas de Deus, destemidos e fiéis nove cavaleiros fundadores da Ordem templária é escassa e grande parte dela produzida, em alguns casos, séculos depois do seu desaparecimento.
Assim, resta cingirmo-nos ao que é relatado e narrado por historiadores e cronistas duma forma sucinta.
HUGUES DE PAYENS ou Hugo de Payens (Payens, 1070 – Palestina, 1136)
Foi um fidalgo francês, pertencente à média nobreza da região de Champanhe e o primeiro Grão-Mestre da Ordem, ou “Mestre do Templo” como oficialmente a regra templária o designava, exercendo a autoridade e controle absoluto sobre a Ordem respondendo unicamente ao Papa. Sendo vassalo do conde Hugo de Champanhe tinha parentesco com a família Montbard á qual pertencia São  Bernardo de Claraval, fundador e grande reformador da ordem dos Monges Cistercienses, inspirador da Divisa Templária e criador, junto com Hugues, da Regra Templária.
Desempenhou um importantíssimo papel na dinamização da Ordem, incentivando e recrutando novos cavaleiros e estimulando a nobreza a fazer doações de bens, dinheiro e terras. A sua influência foi crucial para firmar a ordem como destacada instituição global militar e financeiramente.
GODEFROI DE SAINT-OMER ou Godofredo de Saint-Omer (nascido na Gália)
Co-fundador, desde o início com Hugues de Payens e seu amigo pessoal foi um cavaleiro flamengo nascido na Gália. Terá dividido o cavalo com o seu amigo Hugues, dando este facto origem à imagem do Selo Templário.
É relatado como destemido nas batalhas tendo salvo vários companheiros em combate, entre eles Hugo de Payens.
Terá sido quiçá o mais simples e despojado dos fundadores, pois chegou a recusar o Grão-Mestrado por não se considerar merecedor e considerar-se como um eterno escudeiro de seu amigo e “irmão” Hugo.
É considerado como um exemplo de força moral e coragem alicerçada no sentido de honra, única dentro da ordem.
André de Montbard (5 de novembro de 1097 – 17 de janeiro de 1156)
Assim como Hugo de Payens fazia parte da família Montbard da Borgonha sendo tio de São Bernardo de Claraval. Destacou-se rapidamente na Ordem e ascendeu ao posto de senescal – grau a seguir ao de mestre – substituindo este na sua ausência. Manteve-se neste cargo durante quinze anos até ascender ao mais alto cargo dos cavaleiros Templários.
Hugues I de Champagne ou Hugo (1074 – 1125)
oi o primeiro conde de Champanhe de 1093 até ao seu falecimento. Este condado era a aglomeração do Condado de Bar-sur-Aube que recebeu com a morte de seu pai e o condado de Meaux e Vitry resultante da morte do seu irmão Odão V.
Casado em primeiras núpcias (1094) com Constança de França, filha do rei Filipe II de França, o matrimónio seria anulado em 1105 por falta de capacidade de gerar descendência.
Em 1110, volta a casar, agora, com Isabel de Borgonha, filha do conde palatino da Borgonha. Esta, em 1123, dá à luz um menino – Odão I de Champlite – o qual, seu marido não reconhece como seu.
Hugo tinha um excelente relacionamento, também, com São Bernardo, tendo inclusive doado terras á Abadia de Claraval.
Em 1124, Hugo de Champanhe volta a Jerusalém para abraçar definitivamente a ordem que tinha ajudado a firmar juntamente com Hugo de Payens.
Geoffroi Bisol
Á parte de ser um cavaleiro oriundo de Buxeuil, condado de Champanhe e também fundador dos Templários, nenhuma informação chegou aos nossos dias relativa a este irmão Templário.
Archambaud de St. Amand
Mais um cavaleiro fundador da Ordem dos Templários sobre o qual a informação escasseia sobre sua vida e origens.
Payen de Montdidier
Fundador da ordem, o qual gozando do forte apoio de Matilda, Rainha Consorte de Inglaterra, implementou o importante priorado de Oxford (The Templar preceptory of Oxford), o qual se tornou num dos eixos mais importantes e ricos da Ordem Templária em Inglaterra ao qual sucedeu outro em Temple Guitling no condado de Gloucestershire.
ROSSAL
Católico beneditino da Ordem de Cister e parente de Bernardo de Claraval, foi, também ele fundador da Ordem, muito pouco tendo chegado aos nossos dias sobre a sua vida.
GONDEMAR ou Gondemaro ou Gondomar
Com prováveis origens familiares do Condado Portucalense Gondemar foi freire e um dos cavaleiros fundadores da Ordem.
É a parir do século XVI que alguns cronistas que se debruçaram sobre a história Templária em Portugal e posteriormente da Ordem de Cristo que encontramos referência ao frei e cavaleiro Gondemar como um dos fundadores da Ordem com base em algumas fontes medievais de Braga e ainda Tomar.
CONCLUSÃO
Numa congregação de Homens tão fraterna, de índole tão nobre, tão prezada e altruísta como a Ordem Templária, o seu destino necessariamente está, desde o seu primeiro momento condenado à eviternidade e glória.
A perseguição insidiosa de Luís XIV, em 1307, à ordem e posterior dissolução, pelo papa Clemente V, a 22 de Março de 1312 com ardilosas alegações de heresia, não colocou, de forma alguma, fim ao seu paradigma.
Após Bula Papal (Pastoralis Praeeminentiae) de 22 de novembro de 1307, foi iniciado um tempo de grandes dificuldades para os Templários, o qual culminou com a dissolução da Ordem Templária a 22 de março de 1312, pelo papa Clemente V em 22 de março de 1312 (bula Vox clamantis) com alegações de degeneração e heresia.
Contudo, e apesar da tortura, da fogueira e outras tormentas inquisitórias, entre as quais devemos lembrar a morte do último Grão-Mestre, Jacques de Molay em Paris sendo queimado vivo entre mais 500 irmãos, o ideal continuou e subsistirá enquanto existir um homem bom, um homem de bem!
Parafraseando o nosso grande filósofo jesuíta Padre António Vieira, pregador mais influente do século XVII…
“HÁ HOMENS QUE SÃO COMO AS VELAS; SACRIFICAM-SE, QUEIMANDO-SE PARA DAR LUZ AOS OUTROS” 
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Levi Santos – Comenda Templária de Soure, OPCTJ
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Fontes
Runciman, Steven. História das Cruzadas – Volume 1: a primeira cruzada e a fundação do reino de Jerusalém. Rio de Janeiro: Imago, 2002
Barber, Malcolm. The two cities. London: Routledge, 1992
Moulage de l’avers de la boule de l’ordre du Temple (1259) Paris
Demurger, Alain (2005). Les Templiers, une chevalerie chrétienne au Moyen Âge
Hans E. Mayer, “The Concordat of Nablus” (Journal of Ecclesiastical History 33 (October 1982)
Barber, Malcolm (1994) O Cavaleiro Nova: A História da Ordem do Templo. Cambridge University Press
André J. Paraschi : História dos templários em Portugal, sol Invictus, Lisboa, 1990
Os Templários: a História Dramática dos Cavaleiros Templários, a Mais Poderosa Ordem Militar dos Cruzados, de Piers Paul Read (2000)
Hiestand, Rudolf, 2001, «The Papacy and the Second Crusade», 1930 Tiago 1:17, Biblia online

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