Igreja do Mosteiro de Fonte Arcada

No concelho de Póvoa de Lanhoso, em cujo castelo onde esteve enclausurada D. Teresa, encontra-se situado em importantes eixos de circulação, nomeadamente dos que ligam Braga a Chaves, através do Gerês, e Braga a Guimarães. A região terá tido importância durante as ocupações na Idade do Ferro e no período romano. 

Originalmente, integrava o Mosteiro beneditino de S. Salvador, ali fundado em 1067, por D. Godinho Fafes (ou Falifaz), pai do rico-homem e alferes-mor do conde D. Henrique, a quem se deveu a edificação e a coutada de Fonte de Arcada. Trata-se de uma das primeiras propriedades Templárias doadas à Ordem, por D. Teresa, e mais tarde, confirmada pelo filho D. Afonso Henriques (1126). A Ordem do Templo passou a possuir uma Casa em Fonte Arcada. Com a extinção da Ordem, a comenda passou para o mestrado da Ordem de Cristo. 

No final do século XII, os beneditinos enfrentaram disputas prolongadas com fidalgos locais por direitos e senhorios e, em 1450, os privilégios do Mosteiro foram confirmados pelo Rei D. Afonso V. Cinco anos depois, o Arcebispo de Braga, D. Fernando Guerra decide convertê-lo em arcediaconado.

A “Igreja de Fonte Arcada (Lugar do Mosteiro)” apresenta um estilo românico tardio de cantaria granítica, com uma torre sineira adossada ao alçado esquerdo e planta longitudinal numa nave única coberta a madeira. A austeridade é contrariada pela decoração da capela-mor românica redonda abobadada, de dois tramos e organizada em dois andares, tendo no primeiro arcadas cegas e no segundo arcaturas cegas no primeiro tramo e no topo três frestas abrindo para o interior e exterior. A cabeceira é flanqueada por colunas com capitéis lavrados com diferentes motivos predominantemente vegetalistas, e encimada por uma cornija de arcadas lombardas. 

É notório o início da transição para o gótico, com uma nave mais alta e uma ampla e alta capela-mor com maior luminosidade, um portal axial com colunas finas, prismáticas e redondas assentes sobre alta sapata corrida e a representação do Agnus Dei no tímpano. Possui, num outro tímpano, uma cruz pátea Templária.

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